Curvado a vós minha senhora,
Doce anjo a que versos,
Devo reger meu coração,
Para que saibais que sou-vos,
Apaixonado homem,
Poeta mortal,
Aos vossos dias,
Sirvo,
Para sempre teu servo?
Tomai comigo senhora,
Do vinho do amor,
A luxúria não vos tomará,
Antes meu corpo tomará,
Para que vossa castidade,
Não desmanche.
Não mo olheis assim senhora,
Não deveis desconfiar
Do servo, poeta,homem,
A quem governas,
Quem poderia,
Domar-me ou matar-me,
Que não vós?
Ignoras-me?
Que seja a tua vontade,
Meu dever,
A vós versarei sempre,
Sou a grama que deitas,
Os pássaros que vos tocam
O corpo, meus amados são,
Meus versos recitam,
Ao meu amor, fazem juras.
(Odoacro Souza)